terça-feira, 16 de junho de 2009

Por quê?


Senhor, por que puseste uma alma livre
Num corpo frágil como o meu assim?
Senhor, por que me deste o livre-arbítrio
Se eu não sei tomar conta de mim?
Por que, Senhor, o barco do Além,
Demora tanto, sem zarpar jamais?
Será pecado apressar minha ida,
Mesmo que seja em busca de vida,
Mesmo que seja em busca de paz?
Se eu chegar ao céu sem me chamares
E algum anjo louro estranhar,
Diga-lhe, Senhor, por piedade:
- É minha filha. Estava com saudade,
Não esperou convite pra voltar.


(Myrtes Mathias)