segunda-feira, 19 de abril de 2010

Última Inspiração


Enquanto o homem trabalha, corre e se cansa

Na luta diária, na busca frenética,

Louca e sem esperança...

O poeta descontente se esconde,

A inspiração que tão fácil lhe aflorava

Simplesmente já não responde...

O poeta morre lentamente

De forma contundente,

Pelas palavras esquecidas na gaveta,

Na estante, na mesa, na alma, no coração...

Vendo o tempo escorrer pela ampulheta,

Chora os sonhos perdidos na sua acomodação.

O poeta sensível, de pena instigante,

Torna-se vazio, desabitado da poesia...

Ele, que já fora dono da palavra cativante,

Vê que agiu de forma insana e perdeu toda a magia...

Então, quer retornar, voltar ao ponto de partida,

E acha que pode, e pensa que ressuscita,

Mas no último suspiro, sem alarde,

Entre as lágrimas que escorrem,

Em lenta agonia, percebe ser muito tarde...


Lígia Spengler

3 comentários:

  1. Bela poesia, nos faz refletir...
    Bjs
    Mila

    ResponderExcluir
  2. Lígia, seu talento para poesia é indiscutível, quem é poeta nasce poeta. Você precisa editar seus poemas para que o mundo conheça e reconheça o dom maravilhoso que Deus lhe deu.
    Bjssssssss
    Iza Almeida.

    ResponderExcluir
  3. Fosse eu um poeta, diria que a "Ultima Inspiração" é minha, tal a identificação que eu encontrei no conteúdo dessa maravilha.
    Ter uma irmã poetisa, tão talentosa, tão amada dá nisso.
    Ela descreeve em versos minha essência e vai mostrando a mim mesmo, quem eu mesmo custo a saber o que sou.

    Magnífico!

    ResponderExcluir