segunda-feira, 19 de abril de 2010

Morada


Moro nas retinas do poeta que sonha

No ardor do corpo que estremece

Na beleza da criança risonha

No cansaço que, de repente, adormece.


Moro na magia do dia que nasce

No encantamento do sol se pondo

Na esperança perdida que renasce

No medo que, aflita, escondo.


Moro nas flores que perfumam teu caminho

No vento suave que afaga tua face

Na emoção do sonho que acarinho

Na altivez que não permite que eu me amordace.


Moro nas águas do rio que te refrescam

No sagrado alimento que te sacia

Na bravura daqueles que pescam

Na alvura da pele macia.


Moro nas folhas molhadas de orvalho

No calor que afogueia o rosto

No desejo que, insana, amortalho

No espírito arrasado e recomposto.


Moro na curva da estrada bendita

No sorriso que, repentinamente, enternece

Na força daquele que acredita

Nas mãos que se unem em prece.


Moro no ar que tu respiras

Na música que nos dá saudade

Na grandeza daquilo que mais aspiras

No imenso encanto de uma amizade.


Moro em todo canto, em cada parte,

Em cada vislumbre de magia

Moro naquele que nada tem e ainda reparte

Moro em ti, pois meu nome é POESIA.


Lígia Spengler

4 comentários:

  1. LINDÍSSIMA POESIA.

    COISA DE PROFISSIONAL.

    PARABÉNS E VOLTAREI SEMPRE.


    ESTOU LHE CONVIDANDO PARA CONHECER MEU BLOG DE HUMOR:

    "HUMOR EM TEXTO".

    UM ABRAÇÃO CARIOCA.

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  2. Linda poesia, como amante de uma me deslumbro, me debruço em cada palavra sua...
    Parabéns!
    Bjs
    Mila

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  3. Ligiaaaaaaaa

    Feliz Aniversário...

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  4. Moro num edificio assobradado onde o térreo é o coração e o alto é a mente dessa minha menina.

    Quanto orgulho há em mim ser o seu hospede perpétuo.

    Ai, ai...

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