sábado, 6 de fevereiro de 2010

Assombros


Às vezes, pequenos grandes terremotos
Ocorrem do lado esquerdo do meu peito.

Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
Alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
Há vários esmagamentos.
Os mais íntimos
Já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
Em permanente assombro.


Affonso Romano de Sant'anna

2 comentários:

  1. Querida amiga Lígia!
    Linda poesia e excelente escolha por Affonso Romano. Adorei!
    Beijos poéticos!
    Poeta Cigano!!!!!

    carlosrimolo.blogspot.com

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  2. De assombros parecidos me fiz em silêncio verbal enquanto que aos berros da minha mente, produzia textos.
    Juntá-los enredando-os a serviço da construção de uma história vivida, experimentada na carne, foi algo quase que involuntário.
    Daí, se pode conceber outro filho.
    Era o nascimento de um livro!

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